quarta-feira, abril 13, 2016

Interdito



De mãos em punho 
O Passado 
Chega a cada instante 
E investe contra meu peito

O Passado é o murro que me açoita

A cada açoite 
A face do Presente evanesce 
O futuro a recolhe 
Sorvendo-a
Roubando-me o Meio

O Tempo erra-me
Decreta-me 
Interdito!

Sou apenas um patético corpo
Orgânico
E hipotético de uma história inacabada

Existência fadada à eternidade etérea da
memória
Povoada por fantasmas 

Eu perdi meu itinerário 
No interlúdio melancólico da Saudade 

Wanda Monteiro 

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