sábado, abril 16, 2016

Branco



Christian Schloe





No meio do Branco
O Verso



No meio do Verso
Uma Janela



Dentro da Janela
O Rio



Dentro do Rio
O Silêncio



Atravessando Silêncio
O Deserto



Atravessando o Deserto
O Mar



No fundo do Mar
O Céu




No fundo do Céu...
O Branco



Wanda Monteiro

Espelho



Christian Schloe


No espelho
Uma janela 
Dentro da janela 
O tempo
Preso!

Como presa é a imagem que me olha
E que me desconcerta 

Imagem 
Que nesse ínfimo instante 
Já não me reconhece 



Wanda Monteiro 

Visões






Christian Schloe


Assombrada!
Assim eu vivo...
Mas
de que adianta
Fechar os olhos
Se quanto mais eu fecho
É quando mais os vejo


Somos nós os fantasmas das visões que criamos.


Wanda Monteiro

quarta-feira, abril 13, 2016

De volta






Christian Schloe


Eis que...
Acometo-Me de Razão
Delato-Me
Confronto-Me
Limito-Me


DeMito-Me
E declaro-Me Vago 
Para que a Emoção acometa-Me

Trazendo-Me de volta



Wanda Monteiro 

Memória




Christian Schloe





Minha memória é água 
Tão espessa quanto sangue
Tão sangue quanto sede
Tão sede quanto sonho 
Tão sonho quanto voo 

...

...

...


Pássaro que tomba!













Minha memória é um misericordioso rio 
que poupa-me da dor
de lembrar quem quebrou minhas asas




Wanda Monteiro 

Dragão



Mora no céu de minha boca um Grito
Em brasa e luz
Um sol de Mim 
Que se guarda no verbo silenciado pela noite de uma dor 

Uma noite
Uma dor
Um verbo

Mora no céu de minha boca esse sol com olhos de dragão

No claustro de meu sol
Mora um dragão contido pela dor
Na noite de um verbo silenciado 

Um Claustro 
Um céu
Um sol

No céu de minha boca
Mora um dragão preso nos olhos de um sol que grita
Grita!
Em brasa
Em luz
E silêncio.

Wanda Monteiro 

Vão



Viajo no Vão do Tempo...

Poder invisível
Indizível
Intangível

Num espaço imponderável
Demarcado por perguntas e respostas

Num duelo constante
Da mente que mente
Que Engendra o que sinto e pressinto
O que vejo e o que revejo
Que captura e revela o que parece ser

Viajo atônita
Tentando dissipar o medo e desvendar mistérios

Seguindo...
Na mais perene dúvida



Wanda Monteiro

Interdito



De mãos em punho 
O Passado 
Chega a cada instante 
E investe contra meu peito

O Passado é o murro que me açoita

A cada açoite 
A face do Presente evanesce 
O futuro a recolhe 
Sorvendo-a
Roubando-me o Meio

O Tempo erra-me
Decreta-me 
Interdito!

Sou apenas um patético corpo
Orgânico
E hipotético de uma história inacabada

Existência fadada à eternidade etérea da
memória
Povoada por fantasmas 

Eu perdi meu itinerário 
No interlúdio melancólico da Saudade 

Wanda Monteiro 

Meridiano de Mim



Desfez-Se de Mim
Esse Eu
Que passou a esmo da história
Desfigurado
Despido

Nesse ponto cardeal
Finco os pés que já nem são meus
Findo-Me aqui
Fronteiriça
Apátrida


No meridiano de Mim

Wanda Monteiro

Atemporal





Se o Tempo limita-me?
Esse Tempo?
Não!

Sempre liberto-me desse Tempo que demarca o dia

Que demarca a noite
Que demarca a vida
Que represa o pensamento roubando-lhe as cores
Os sons 
As sensações 


Wanda Monteiro