Assombrada! Assim eu vivo... Mas de que adianta Fechar os olhos Se quanto mais eu fecho É quando mais os vejo Somos nós os fantasmas das visões que criamos. Wanda Monteiro
Mora no céu de minha boca um Grito Em brasa e luz Um sol de Mim Que se guarda no verbo silenciado pela noite de uma dor Uma noite Uma dor Um verbo Mora no céu de minha boca esse sol com olhos de dragão No claustro de meu sol Mora um dragão contido pela dor Na noite de um verbo silenciado Um Claustro Um céu Um sol No céu de minha boca Mora um dragão preso nos olhos de um sol que grita Grita! Em brasa Em luz E silêncio. Wanda Monteiro
Viajo no Vão do Tempo... Poder invisível Indizível Intangível Num espaço imponderável Demarcado por perguntas e respostas Num duelo constante Da mente que mente Que Engendra o que sinto e pressinto O que vejo e o que revejo Que captura e revela o que parece ser Viajo atônita Tentando dissipar o medo e desvendar mistérios Seguindo... Na mais perene dúvida
Desfez-Se de Mim Esse Eu Que passou a esmo da história Desfigurado Despido Nesse ponto cardeal Finco os pés que já nem são meus Findo-Me aqui Fronteiriça Apátrida No meridiano de Mim Wanda Monteiro
Se o Tempo limita-me? Esse Tempo? Não! Sempre liberto-me desse Tempo que demarca o dia Que demarca a noite Que demarca a vida Que represa o pensamento roubando-lhe as cores Os sons As sensações Wanda Monteiro